Este é a quinta e antepenúltima reflexão sobre os contributos que o Liberalismo consegue dar para a sustentabilidade do ambiente. Na semana passada, desmistificámos os problemas da desflorestação. Nesta semana (com conclusão na próxima), vamos perceber como é que historicamente se têm comportado as economias mais ricas em termos de libertação de gases de estufa.
O crescimento económico tem sido a principal causa da poluição do nosso planeta. Nunca o planeta esteve tão poluído como actualmente e, apesar de todas as tentativas de acordos a nível internacional, a poluição não pára de aumentar. Em 2018, último ano com dados conhecidos, as emissões de gases com efeitos de estufa atingiram o maior valor de sempre a nível mundial: 48 940 toneladas, enquanto que em 1990 tinham sido de 32 646 toneladas. Isto representa um ritmo anual médio de crescimento de 1,5%. E o maior problema é que se em 1991 cresceram 0,5%, em 2018 cresceram 2%. Portanto, não só têm vindo a crescer, como o ritmo de crescimento tem vindo a aumentar.
Fonte de dados: Our World In Data.
As emissões destes gases são provenientes de actividade industrial, transportes, actividade comercial, residências e agricultura. Portanto, a redução da emissão destes gases para níveis suportáveis pelo planeta implica a redução do nosso consumo para níveis que alguns de nós nem sequer conhecem.
Estaremos dispostos a isto? Estaremos dispostos a abdicar do automóvel para ir levar os filhos à escola e irmos para o emprego? Estaremos dispostos a ter apenas um carro por família, ou até nenhum? E podemos dispensar o forno microondas, ter um frigorífico minúsculo (ou não ter), ter apenas um aparelho de televisão (ou abdicar dele para termos o tal frigorífico)? E nem pensar em ir de férias para um destino que não possa ser alcançado a pé. Quanto à nossa alimentação, teremos de restringir-nos aos produtos dos agricultores locais e produzidos de forma tradicional.
Estaremos dispostos a colocar os nossos padrões de consumo em meados do século XX? Vamos recuar para o nível de vida dos tempos dos nossos avós ou bisavós? Porque é isto que está em causa!
Ou não? A boa notícia é que talvez não.
Como assim?
Na próxima semana, já vamos esclarecer esta situação e provarmos, mais uma vez que,
Verde, é também a cor do Liberalismo.
Bruno Miguel Machado, Jurista e Membro da Assembleia Municipal de Braga da Iniciativa Liberal
Mário Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças,
in Diario do Minho ,
13/11/2022