VERDE, TAMBÉM A COR DO LIBERALISMO: O PAPEL DO ESTADO (2/2)

Na semana passada foram levantadas várias questões relativas às vertentes da poluição ambiental. Consideremos agora algumas das propostas de solução mais sonantes, bem como uma reflexão sobre o papel do Estado nesta temática.

Uma das medidas que visam a preservação do ambiente, diz respeito às restrições do comércio de longas distâncias. Para pouparmos o ambiente, deveremos ser impedidos, por exemplo, de importar café do Brasil, pois os custos do transporte representam uma grande pegada ecológica. Deveremos consumir bens que são produzidos geograficamente próximos, portanto, deveremos produzir o nosso próprio café. Ora, a produção de bens no nosso território com os nossos recursos, nos quais somos ineficientes, iria trazer impactos no meio ambiente muito superiores àqueles que levam à sua importação. A questão é a mesma: teremos de privar-nos do consumo de muitos bens e poderemos não estar dispostos a isso.

Os organismos geneticamente modificados (OGM) também têm sido alvo de ataque por parte das forças políticas de esquerda “amigas” do ambiente. Só que estas forças políticas estão a esquecer-se que milhares de anos de agricultura tradicional vieram produzir “organismos geneticamente modificados” através da selecção artificial que os agricultores iam fazendo das plantas e animais que melhor serviam a sua alimentação, quer em quantidade, quer em qualidade. Para além disso, são as “recentes” inovações tecnológicas na agricultura que têm permitido a alimentação de quase oito mil milhões de pessoas – sem elas seria impossível alimentarmos esta população mundial. Nem sequer estaríamos lá perto. Vamos descartar essas inovações e deixar morrer milhares de milhões de pessoas? A alternativa é perdermos a biodiversidade, pois apenas iremos ter OGM? Não, pois já existem em vários países bancos de preservação de espécies vegetais que têm como objectivo manter a biodiversidade. Onde estão localizados? A esta altura, já dá para perceber que não são os países pobres que têm dinheiro para realizar e manter estes investimentos.

E quanto ao fim da utilização de recursos naturais na satisfação das necessidades humanas? Como o carvão ou o petróleo, por exemplo. São recursos que acabarão por esgotar-se com o tempo e enquanto estamos a consumi-los, estamos a poluir o ambiente. Sim, é tudo verdade. Mas também é o consumo desses recursos que nos tem permitido evoluir tecnologicamente e encontrar alternativas à sua utilização, como é o caso das fontes de energia renováveis. E é através destas inovações, proporcionadas pela utilização desses recursos, que eles se vão tornando obsoletos. Acabar com a sua utilização significa impedir a sua substituição, impedindo a diminuição da nossa pegada ecológica.

Concluindo, precisamos diminuir o nosso impacto no planeta, sim! Mas para que isso seja feito com o mínimo de impacto na vida de todos, temos de socorrer-nos de todos os meios ao nosso dispor para encontrarmos soluções amigas do ambiente. É isso que tem vindo a acontecer e está a desenvolver-se a um ritmo impressionante. Travar o avanço da tecnologia é travar a redução da pegada ecológica. Mas a tecnologia só avança nos países em que as necessidades primárias estão razoavelmente satisfeitas – as populações que têm como principal problema matar a fome, não querem saber do impacto que as suas acções têm no meio ambiente. Querem matar a sua fome!

O Estado deve regular as actividades económicas. Mas com razão e não com histeria. Para bem de todos, o desenvolvimento tem de continuar, devendo o Estado encontrar a forma ideal de responsabilizar as pessoas pelos seus actos e não simplesmente proibindo-as de contribuir para esse objectivo. Como já começamos a perceber:

Verde, também é a cor do Liberalismo.

 

Bruno Miguel Machado, Jurista e Membro da Assembleia Municipal de Braga da Iniciativa Liberal

Mário  Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças,

in Diario do Minho 

18/09/2022

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