VERDE, TAMBÉM A COR DO LIBERALISMO: O PAPEL DO ESTADO (1/2)

– Não há Planeta B!

– Agir já! Vem fazer parte da solução e não do problema.

– A nossa ideologia é a ecologia. 

 Estas são algumas das palavras de ordem sobre as questões ambientais que têm preenchido a agenda política das forças de esquerda, apelando a uma intervenção musculada do Estado. Grande parte do discurso destas forças tem assentado na drástica redução, ou até eliminação, de actividades que possam contribuir para alterações indesejadas do meio ambiente. Infelizmente, é um discurso irreal, que nunca será seguido, pois isso implicaria o retrocesso de décadas no nosso desenvolvimento económico. Simplesmente, não vai acontecer, pois ninguém está disposto a voltar aos níveis de vida dos anos 60 ou 70 do século passado, por exemplo. Relembremo-nos que a pandemia veio trazer uma perda de rendimento na União Europeia de cerca de 6% em 2020, e sabemos os custos sociais que isso teve; imaginemos voltar aos níveis de rendimento de 1970, sabendo que isso implica uma perda de rendimento de 60%!

Sim, é verdade que o crescimento da população e a crescente procura de mais bens materiais por cada um dos habitantes do planeta é a origem dos principais problemas ambientais, como a poluição, desflorestação, rarefacção da camada do ozono, aquecimento global, chuvas ácidas, perda de biodiversidade e degradação da saúde pública. Mas o caminho não vai ser feito andando para trás.

 

Emissão de CO2 em 2018; fonte: Our World in Data

A par das referidas palavras de ordem, existem várias medidas que são defendidas por estas forças políticas, como por exemplo, a obrigatoriedade de impacto zero nas actividades potencialmente poluidoras. Ou seja, uma actividade que tenha necessidade de realizar descargas de efluentes num curso de água, só poderá descarregar água limpa. O mesmo se aplica na libertação de gases para a atmosfera. E também no que diz respeito a poluição visual e sonora. Mas o que é que se entende por “água limpa”, “atmosfera limpa”, “paisagem limpa” e “sonoridade limpa”? A água deve possuir a pureza de uma água de nascente do alto de uma montanha? Ou deve cumprir as normas de água potável para consumo humano? Voltamos à mesma questão relativa aos padrões de bem-estar: o custo com a eliminação de “impurezas” vai crescendo de forma exponencial; de tal forma que, a dada altura, a eliminação de mais 1% de impurezas pode significar o dobro dos custos que houve para eliminar os 95% até ao momento. Ou seja, para podermos manter o nível de vida a que estamos habituados, poderemos ser obrigados a aprender a conviver com um qualquer nível de impurezas: na água, no ar, na paisagem, nos sons que nos rodeiam.

Será que o Estado tem um papel a desempenhar na gestão destes problemas? E como deve proceder? Na próxima semana vamos conseguir trazer algumas reflexões sobre esta questão.

 

 

in Diario do Minho 

11/09/2022

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