Como vão as minhas Finanças? 70 anos. E agora?

Está a planear viver até aos 70 anos? Não é o único. Eu até estou a planear ultrapassar essa idade e reformar-me por volta de 2040. Diz-nos a Comissão Europeia que a minha pensão será cerca de 55% do meu salário actual. E no seu caso?

Ano reforma

2030

2040

2050

2060

2070

% salário

81,1%

54,5%

43,5%

43,0%

41,4%

Quem entrou na vida activa depois de 2010, no dia em que se reformar, muito provavelmente irá ter uma quebra de 60% no seu rendimento mensal; enquanto que quem estiver prestes a reformar-se, deverá ter uma quebra de 20%.

Actualmente, a nossa contribuição para a Segurança Social representa cerca de 28%[1] do nosso salário. É uma taxa fixa que não varia com o valor do salário. A pensão de reforma é calculada com base nos montantes descontados durante a vida activa; mas atenção que não estamos a descontar para um fundo de pensões nem para uma aplicação financeira, que depois irá devolver-nos o valor da pensão a que temos direito. Nada disso. Neste momento, nós estamos a descontar para pagar as pensões daqueles que estão agora a recebê-las. Por isso, quando chegar a nossa vez vamos estar dependentes dos descontos das pessoas que estarão a trabalhar e a descontar para nós.

Acontece que à medida que vamos avançando, há cada vez mais pessoas aposentadas e cada vez menos pessoas activas com rendimentos que paguem essas pensões. Portanto, a questão que se coloca a quem começou a trabalhar há cerca de 10 anos ou menos, é:

– Vou estar em condições de viver só com 40% do meu salário a partir dos 70 anos?

Se a resposta for negativa:

– O que posso fazer para compensar esta quebra de rendimentos?

Parcialmente, esta questão já foi abordada no sétimo episódio desta série: se o crédito habitação acabar antes da idade da reforma, isso é uma ajuda. Mas nem toda a gente tem crédito habitação, ou o encargo de quem tem pode representar um pequeno esforço relativamente à perda de rendimentos.

Assim, é necessário prever uma fonte alternativa de poupança que possa repor (total ou parcialmente) os rendimentos na idade da reforma. Como? Poupando e investindo. Se não quiser investir em activos reais porque os seus conhecimentos não são os melhores (ver as cinco leis de ouro), restam-lhe os produtos financeiros. Quem ainda se encontra distante de idade da reforma, pode optar por investimentos mais arriscados, mas que a longo prazo já se mostraram muito rentáveis. Quando a idade se aproximar da reforma, pode mover esses valores para aplicações tendencialmente isentas de risco.

Iniciando este plano aos 23 anos com um depósito mensal de 100 euros, quando chegar aos 68 anos poderá usufruir de um complemento de reforma de 650 euros (já descontada a inflação) durante 20 anos. Mas se iniciar este plano aos 43 anos, para obter os mesmos 650 euros, terá de começar com depósitos mensais de 300 euros. [1]

Veja como cresce o valor a depositar mensalmente à medida que a idade vai aumentando:

É caso para dizer, “é de pequenino que se torce o pepino”.

Na próxima semana iremos conhecer como podemos realizar um plano destes.

[1] valores arredondados

[1] (11+23,75)/123,75.

 

Por Mário Queirós (Dirigente da Iniciativa Liberal e Professor do Ensino Superior)

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