AS DÉCADAS PERDIDAS: A MARCHA ATRÁS

Não há memória de Portugal ter observado uma década inteira em que o rendimento das pessoas diminuiu. Aliás, não havia até recentemente, pois desde que temos registos minimamente confiáveis, a primeira vez que isso aconteceu foi no período 2002-2012 com uma diminuição de 0,1%. A verdade, é que desde 1960 o crescimento do PIB em Portugal tem vindo a desacelerar. Reparemos que na década de 60, com o florescimento da industrialização no pós-guerra, e acompanhando a tendência europeia, tivemos um crescimento médio anual de quase 6%.

Sim, andámos a crescer quase SEIS POR CENTO AO ANO DURANTE DEZ ANOS!

O ritmo de crescimento foi abrandando, e na última década do séc. XX o crescimento médio anual foi de 3%. Infelizmente, na segunda década deste século, O NOSSO PIB DIMINUIU: em 2010 estávamos melhor do que em 2020. Nós literalmente andámos para trás. Não foi uma questão de andarmos devagar ou crescermos pouco: NÓS ANDÁMOS PARA TRÁS! E se fizermos as contas aos primeiros 20 anos deste século, Portugal cresceu a uma taxa anual inferior a 0,3%: no séc. XXI estagnámos!

O panorama que observamos no gráfico é desolador. Para além de termos crescimentos cada vez menores, chegámos ao ponto de termos uma diminuição da riqueza criada no país. Alguns dirão que 2020 foi um ano difícil por causa da pandemia. Pois foi. A resposta é que antes de 2020 houve mais nove anos; e que dos 27 países da União Europeia, 23 aumentaram a sua riqueza. Enquanto nós empobrecemos, houve países que, mesmo em pandemia, cresceram mais do que nós entre 71-80.

O PS foi responsável por 16 anos de governação nos primeiros 20 deste século (incluindo os três anos das políticas da tróica). Os outros 4 foram da responsabilidade do PSD. O poder foi alternando entre um partido socialista democrático e um partido social democrata. O resultado foi este!

Nós ambicionamos uma sociedade onde a riqueza chegue a todos, onde a saúde seja um serviço disponível para toda a gente a tempo e horas, a educação de qualidade não seja um privilégio de alguns, que haja habitação condigna a preços acessíveis, que os menos capacitados possam contar com assistência social, e que a justiça funcione. Mas para que isso seja possível, os portugueses têm de sentir-se livres e seguros para criar riqueza no seu próprio país; não devem ver-se forçados a emigrar em busca de melhores condições de vida porque em Portugal não os deixam progredir. O mesmo podemos dizer das empresas portuguesas que escolhem pagar impostos fora de Portugal, pois cá dentro não aguentam a carga fiscal nem a forma como o Estado se relaciona com elas.

Com tartes cada vez mais pequenas, as fatias que estamos a distribuir começam a ser miseráveis.

 

Mário Queirós, docente do ensino superior nas áreas da Economia e Finanças (ISCAP), dirigente da Iniciativa Liberal

Sérgio Gomes, Técnico Superior, Licenciado em Geografia e Planeamento e Mestre em Engenharia Urbana

 

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