No passado dia 8 de março, foi assinalado o Dia Internacional da Mulher, que visa comemorar todas as conquistas alcançadas . É uma oportunidade para refletir sobre a trajetória rumo à igualdade. A defesa de causas como o direito ao voto, a equidade salarial, o aumento da representação em posições de liderança, a salvaguarda contra violência física e/ou psicológica, bem como o acesso à educação, permanece urgente, sendo que, em diversas regiões do mundo, tais direitos ainda não são exercidos.
Num panorama onde o Feminismo Radical assume uma posição firme, surge o Projecto Feminista Liberal como uma alternativa construtiva, apresentando uma visão liberal na luta pela igualdade entre homens e mulheres. Este movimento, o mais antigo entre os ramos do Feminismo, encontra suas raízes em pensadores visionários como Mary Wollstonecraf e John Stuart Mill, cujas ideias centradas na liberdade individual proclamavam uma perspetiva revolucionária na época: a igualdade de todas as pessoas perante a lei.
O Feminismo Liberal, ao longo da sua história, foi um pioneiro na defesa dos direitos da mulher, na afirmação da soberania política e cívica feminina e na luta incansável contra todas as formas de discriminação. O seu objetivo fundamental assenta na procura pela igualdade perante a lei, refletida em direitos e responsabilidades iguais na esfera pública e cívica.
O Liberalismo propõe uma sociedade coesa, composta por indivíduos únicos na sua individualidade, mas iguais em liberdade. Rejeitam-se guerras políticas, que não constituem uma solução. A igualdade não é alcançada através de ideologias que encaram a sociedade como uma luta entre opressores e oprimidos, tais ideologias apenas cultivam ressentimento e divisão social.
Ao longo do último século, o Feminismo Liberal tem lutado contra o paternalismo político, destacando que a libertação feminina não deve ser substituída por tutelas, sejam elas de homens sobre mulheres ou de mulheres sobre outras mulheres. A voz, autonomia e liberdade de cada mulher são cruciais para a liberdade individual.
Reconhecendo que ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade de direitos e deveres iguais entre mulheres e homens, as perspectivas de vida das mulheres continuam limitadas, gerando disparidades significativas nas oportunidades de realização pessoal, familiar e profissional. Em Portugal, os dados estatísticos revelam que a disparidade salarial e social entre géneros continuam a existir, mantendo-se abaixo da média europeia nos progressos nesta matéria.
O Feminismo Liberal, como primeiro dos ramos do Feminismo, continua o seu percurso através dos valores liberais. Hoje, o Feminismo Liberal não é apenas uma visão do passado, é o futuro que ansiamos construir, onde a igualdade é uma realidade para todos!