Mais de 850 mil jovens nascidos em Portugal, que representa uma dramática fatia de 30% da população com idades entre 15 e os 39 anos, deixaram o país para trás para viver e trabalhar no estrangeiro. Esta procura por melhores condições de vida não surpreende, pois, nos últimos anos, tem-se instalado um ambiente cada vez mais hostil para quem deseja progredir e prosperar, que é o caso dos jovens que investem na sua formação académica.
Quando se fala em salários, a tendência é o debate focar-se no salário mínimo, mas está na hora de aumentar o alcance do mesmo de forma a abranger todos aqueles que são prejudicados pela estagnação dos salários médios em Portugal. Há uma forte dificuldade em reter os trabalhadores mais qualificados porque o nosso país não consegue competir com os salários da restante União Europeia, acabando por desperdiçar milhares de jovens talentos que se fixam noutros países onde realmente são valorizados.
O crescimento do salário médio entre 2000 e 2021 aumentou 37,4% na Irlanda, 19.3% em Luxemburgo, 10.5% na Holanda. Em Portugal, este crescimento foi apenas 3.7%. Mais uma vez, ficamos muito aquém comparativamente a outros países, revelando um padrão preocupante e que é necessário reverter.
Todos estes países para onde emigram os portugueses têm um fator em comum: são mais liberais.
São mais atrativos para as empresas, permitindo-lhes pagar melhores salários aos seus trabalhadores. O esforço fiscal é menor, permitindo aumentar a taxa de poupança e elevar os padrões de vida.
Em Portugal, o atual regime fiscal sufoca as empresas, deixando-as sem margem para valorizar os trabalhadores através dos aumentos salariais cuja grande parte é levada pelo Estado. Por outro lado, também deixa de haver incentivo por parte dos trabalhadores porque o seu esforço não é recompensado.
Todos estes fatores estão a empurrar os jovens para fora do país. Não existem oportunidades, não existe criação de riqueza, não existe crescimento.
Enquanto jovens, também temos o acesso à habitação extremamente dificultado, sendo a idade média de saída da casa dos pais 33,6 anos em Portugal, que contrasta com a média da União Europeia que se fixa em 25,5 anos.
A Iniciativa liberal tem como um dos focos para Portugal o crescimento económico e defende uma grande redução do IRS que permita a descida dos impostos e o aumento dos salários.
Mais de 850 mil já emigraram e somos atualmente o país com a taxa de emigração mais alta da Europa, quantos mais terão de sair para poder haver efetivamente uma mudança?