Um Ano Novo cheio de prendas para o Estado

Na semana passada pudemos ver que, pelo menos há dois anos, os trabalhadores portugueses têm vindo a ter cada vez menos dinheiro no bolso para as suas compras. E ficou a promessa de percebermos quem tem vindo a beneficiar desta perda de poder de compra dos trabalhadores. É isso que vamos averiguar nas próximas linhas.

Como vimos, a inflação decorre de vários fatores e toda ela impacta na nossa bolsa, retirando poder de compra para os produtos alimentares. Dados recentes dão bons indicadores do abrandamento da inflação na parte final do ano, situação que se esperava pelas medidas tomadas pelo BCE de aumento das taxas de juro para valores que tornam asfixiantes os créditos de muitas pessoas. Ainda assim, a inflação média anual de 2023 deverá rondar os 5,4%, o que conjugado com a inflação de 2022 significa um aumento dos preços de 14% em dois anos. Isto vem retirar muito do poder de compra aos portugueses que, em média, viram os seus salários nominais aumentar apenas 10%[1], levando por isso a uma perda de salário de 4% em dois anos.

Porém, esta perda de receitas não afeta toda a gente. A receita recolhida pelo Estado em 2023 crescerá 9,2%, valor acima da inflação (os tais 8,1%) depois de ter crescido 10,1% no ano passado. E quem é que paga essa conta? Os trabalhadores, claro.

Pode parecer estranho, mas a perda real de salários de 4% dos trabalhadores foi acompanhada por um ganho real nas receitas do Estado de 4,4%[2]. É afinal o Estado quem tem vindo a retirar rendimento aos trabalhadores para poder manter o seu vício de engordar, ano após ano.

Será que 2024 vai ser melhor? Será que os trabalhadores vão finalmente ver os seus salários reais aumentar? Será que vão conseguir recuperar algum do poder de compra que perderam?

O Orçamento de Estado elaborado e aprovado pelo PS fez manchete nos jornais nacionais:

“NOVO RECORDE. CARGA FISCAL DEVERÁ ATINGIR OS 38% EM 2024.”

Quem é que vai pagar este vício do Estado?

Sempre os mesmos. No final das contas, o Estado só tem uma única fonte de receitas: os trabalhadores. Tributa em IRS, Taxa Social Única, IVA, IMI, IMT, ISP, Taxa de Carbono, Imposto de Selo... E quando tributa uma empresa em sede de IRC, mesmo nesse caso, no final de contas, está a tributar o trabalhador. Se não lhe apetece fazer contas, passe à frente do seguinte quadro.


Suponha que antes de tomar a decisão de investir 1000, o empresário decide que só o fará se conseguir obter um lucro de 200. Sem IRC, basta ter esse lucro de 200 antes de impostos. Agora imagine que vai ser obrigado a pagar 20% de IRC – neste caso já terá de ter um lucro de 250 para ficar com os 200. Consequências? Algumas das consequências será ter de vender mais caro (o trabalhador vai pagar mais caro) e ter de reduzir aos salários (o trabalhador recebe menos). Note-se que em Portugal o IRC pode chegar a uma taxa máxima de 31,5%, o que traz graves consequências para os rendimentos dos trabalhadores.


Haverá forma de escapar a este pesadelo?

Há sim. Nunca o ditado “Ano Novo, Vida Nova” fez tanto sentido como agora. No dia 10 de Março vai poder escolher entre continuar com este pesadelo ou transformar os seus sonhos em realidade.

 

 

[1] Dados provisórios.

[2] (1+9,2%)×(1+10,1%)/(1+14%)–1 = 4,4%.

 

Novo Semanário

 

 

Agenda


Pessoas
Livres

Liberdade
Individual

Mercados
Livres

Liberdade
Económica

Sociedades
Livres

Liberdade
Social

Cidadãos
Livres

Liberdade
Política

Vídeos


Ideias com J | Fernando Costa

Intervenção de Bruno Machado

Intervenção de Bruno Machado

Estado da Saúde

Ideias com J | Dinis Martins

Medina não sabe

© 2024 Iniciativa Liberal Braga