Prioridades

Corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal, prevaricação, falsificação de documentos, abuso de confiança, peculato, tráfico de influência...

Já nos parece normal que um dirigente político seja acusado, e até condenado, por estas práticas, tal é a frequência com que nos aparecem. Infelizmente, também já sabemos que, mesmo quando são condenados, continuam a ter o apoio de muitos eleitores – alguns porque negam que o seu ídolo tivesse sido capaz de praticar tais actos, e outros aceitam que os tenha praticado, mas continuam a considerá-lo a pessoa mais capaz para voltar a exercer um cargo público executivo.

Perante isto, a propagação de mentiras por alguns dirigentes políticos até são considerados um mal menor, algo necessário até para que possam defender a sua posição enquanto gestores da nossa vida. Vejamos.

  • “O PIB per capita aumentou 18% entre 2015 e 2021”. Ora, o aumento foi de 16 620 para 18 090, ou seja, 8,8%[1];
  • “Entre 2014 e 2021, a remuneração média subiu 20%”. Na verdade, o aumento foi de 13,2% (919,5 € para 1041 €)[2].

Estes são alguns dos muitos exemplos da falta de honestidade do nosso primeiro-ministro – vários outros podem ser encontrados.

Porque é que os dirigentes políticos se comportam de forma desonesta?

Porque é que, mesmo sabendo disso, há pessoas que voltam a escolhê-los para estarem ao destino do nosso país?

A primeira questão tem uma resposta óbvia. As prioridades da maioria dos dirigentes políticos está invertida: em primeiro lugar, estão os seus próprios interesses, em segundo lugar, os interesses do seu partido, e só em terceiro lugar, os interesses dos portugueses. Quando deveria acontecer exactamente o contrário, pois qualquer político deveria defender em primeiro lugar os interesses dos portugueses e só em terceiro lugar os seus próprios interesses – como a satisfação de contribuir para o bem comum, de ser reconhecido pelo que faz e, naturalmente, ter uma remuneração condigna com o posto que ocupa. O que é de estranhar é que muitos portugueses considerem a inversão destas prioridades como algo normal.

Isto vem responder à segunda pergunta. Muitos portugueses consideram que é natural os políticos, em primeiro lugar, “tratarem da sua vida”. Afinal, “eles são todos iguais e com estes já sabemos o que contar”. Mesmo que olhemos à nossa volta e vejamos que temos vindo a ser ultrapassados por todos os países pobres, que a nossa riqueza teima em crescer a taxas miseráveis e que estamos com serviços públicos cada vez mais degradados.

Agora, imagine o leitor que os portugueses decidem não votar em partidos onde reinam políticos que tenham demonstrado serem desonestos ou têm discursos desonestos. Imagine que ignoram ideologias, porque o importante é encontrar aquilo que é melhor para todos. Imagine que não cedem a impulsos de protesto, porque o importante é focar na escolha de um novo rumo e não ficar apenas pela destruição. Imagine ainda que não dão uma nova oportunidade a partidos que aparecem com várias promessas eleitorais e depois não as concretizam.

Já conseguiu eliminar vários partidos, não já?

Imagine agora que os portugueses decidem limpar a sua mente das ideias pré-concebidas e avaliam as propostas de um partido político pelo seu valor. Imagine que escolhem políticos que colocam a felicidade dos portugueses como prioridade em vez de colocarem os seus interesses pessoais na frente. Imagine que os portugueses avaliam a competência, a honestidade e o carácter dos políticos. Imagine que decidem escolher aquele partido que “diz o que faz e faz o que diz”.

Qual é o partido que vão escolher?

 

[1] https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/sdg_08_10/default/table

[2] Valores reais, deflacionados pelo IPC

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