São pobres, mas felizes!

Estávamos no ano de 1990, o sol brilhava em Portugal e o futuro parecia promissor. Ana e João, recém-casados, estavam cheios de sonhos e convicções. Acreditavam no seu país, que prometia finalmente descolar das dezenas de anos de atraso, e decidiram apostar tudo nele. Com muito esforço e dedicação, abriram uma pequena empresa. O negócio prosperava e a família crescia. Em 1993, nasceu Catarina, a primeira filha. Dois anos depois, chegou Tomás. A felicidade era completa.

No entanto, perto da viragem do século, começaram a perceber que algo não corria bem na sua actividade. Demoravam cada vez mais tempo a juntar dinheiro para pagar aos fornecedores e ao banco, as dívidas iam-se acumulando e o sentimento de frustração ia crescendo.

Aos trinta anos de casamento o casal continuava a lutar com todas as suas forças, mas a situação começava a tornar-se impossível de sustentar. Ana e João olhavam para trás e questionavam-se se a sua decisão de ficar em Portugal tinha sido a correcta. Catarina e Tomás, agora jovens adultos, sonhavam com um futuro melhor. O país não oferecia muitas oportunidades, e a emigração parecia ser a única solução.

Mas hoje, apesar de tudo, ainda há esperança. A família continua unida, e a busca por um futuro melhor nunca termina. Catarina e Tomás, mesmo pensando em emigrar, ainda acreditam que Portugal pode voltar a ser um país próspero. O sol continua a brilhar, o mar continua com belas ondas, as paisagens são das mais lindas do mundo, e quanto à gastronomia, não há comparação.

Apesar de pobre, o povo português é um povo bem-disposto, e mesmo passando dificuldades materiais, é dos mais felizes do mundo!

Ou talvez não...

Esta semana foi publicado o Relatório da Felicidade Mundial. Portugal está na posição 55. Só para termos uma ideia, o Vietname está na posição 54, a Argentina está na posição 48 e a Roménia na posição 32. O México está na posição 25!

Felizmente para os mais jovens (até 30 anos), estamos na posição 46, mesmo à frente de França e Alemanha, por exemplo.

Nas últimas duas décadas do século passado o Rendimento Per Capita em Portugal cresceu a uma média perto de 3% ao ano. Na primeira década deste século cresceu 0,5% e na segunda, 0,1%.

 

 

Praticamente estagnámos no século XXI. E, por isso, fomos ultrapassados por quase todos os países do Leste da Europa.

Apesar de termos uma geração de jovens até 30 anos que nunca viu Portugal com ânimo de crescimento económico, essa geração mantém a esperança de que o país possa ainda ser um local agradável para viver. Porém, a procura por melhores oportunidades de trabalho, melhores salários e melhores condições de vida, tem levado a que 30% dos jovens saiam do país. Os países de destino mais frequentes para os jovens emigrantes portugueses são Reino Unido, França, Espanha e Suíça.

Somos pobres, sim. Mas infelizmente, com 54 países à nossa frente no ranking da felicidade, não somos felizes.

 

 

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