Os professores do amanhã

O estudo conduzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) intitulado de PISA, onde alunos de quinze anos da União Europeia respondem a um conjunto de perguntas nas áreas de Matemática, Leitura e Ciências, revelou uma grande queda de resultados por parte dos alunos portugueses, o que realça a grande fragilidade do sistema de ensino em Portugal.

Na área de Matemática, a queda face a 2018 foi de 20 pontos, em Ciências de 8 e em Leitura observou-se um decréscimo de 15 pontos. É óbvio que a pandemia veio acentuar esta queda, porém, num ano fortemente marcado por protestos e greves de professores e funcionários, é evidente que existe um descontentamento geral no ensino público e que constitui um fator implícito para estes resultados.

Desde que terminaram com os contratos de associação passou a existir uma diferença cada vez mais profunda entre ensino público e privado, prejudicando os alunos de meios socioeconómicos mais desfavorecidos que se veem presos ao estabelecimento de ensino em concordância com o seu código postal. Não é por acaso que os alunos provenientes de famílias mais carenciadas ficaram, em média, 101 pontos abaixo dos alunos com condições socioeconómicas mais elevadas, o que evidencia esta diferença crescente que os socialistas tanto repudiam mas que, de forma involuntária, para ela contribuem. Isto mostra-nos que o Estado não consegue providenciar um sistema de ensino que responda simultaneamente aos critérios de eficiência e equidade.

Mantém-se ainda uma questão em aberto: Se esta é a geração mais qualificada de sempre, como se explica esta queda sem precedentes por parte dos alunos portugueses?

Nos professores, que também assistem a uma desvalorização constante da sua profissão, existe uma maior pressão para transitar os alunos de ano, associada a uma burocracia voraz que desvia o foco daquilo que é essencial na educação: a aprendizagem.

A insistência do ministro da Educação em apontar a pandemia como justificação destes resultados, desvaloriza qualquer outro fator que os possa explicar, mas é necessário efetuar uma retrospetiva séria e rigorosa do ensino no nosso país, de forma a que exista uma resposta às necessidades não só dos alunos, mas também dos professores.

A falta de docentes é resultado da baixa atratividade da carreira, fator para o qual o partido socialista contribuiu ativamente durante a sua governação uma vez que nunca chegou a um acordo com estes profissionais sobre qualquer reivindicação. Como a conveniência é mais forte do que a convicção, João Costa admite agora pela primeira vez a possibilidade da recuperação total do tempo de serviço dos professores, numa altura em que se insere num governo demissionário e com eleições a ocorrer em Março.

Um dos objetivos da Iniciativa Liberal é dar autonomia administrativa, financeira e pedagógica às escolas públicas de forma a atribuir-lhes um maior grau de liberdade para fazer as escolhas que consideram mais benéficas para os seus alunos. É essencial haver mais independência por parte das escolas para podermos caminhar em direção a uma educação digna para os alunos de hoje e para os professores do amanhã.

 

 

 

 

 

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