MI(NI)STÉRIO DA GUERRA

Até 1950 esse foi o grandioso nome da tutela das Forças Armadas. As alterações de chefias e Governos trouxeram consigo as alterações prévias da nossa história. O que se seguiu, o Ministério do Exército, repousa tranquilamente no Terreiro do Paço em Lisboa com a grandiosidade que um dia assistiu aos novos mundos.

Desde muito cedo, logo no infantário, em todas as culturas, sem exceção, somos ensinados aos valores basais de União, Nação ou Pátria, sem nos descuidarmos, é claro, de quem garante que as costuras das fronteiras não se rompam: as nossas forças armadas.

Se até agora alguém leu estes dois parágrafos a pensar que se tratava de um artigo sobre a Defesa Nacional, tem mesmo que voltar a lê-los para refletir sobre as questões mais piramidais de uma sociedade: as pessoas. Não se trata de um problema exclusivo o que se vai tratar aqui, trata-se de um sintoma de uma falha generalizada dos órgãos que compõem a estrutura singular de um país.

Especificamente, as Forças Armadas vivem, nos últimos 20 anos, uma canibalização dos seus meios, seja financeiro, seja humano, para outras aplicações mais urgentemente necessárias. Quando se diz que “a paz enfraquece os vencedores”, não é mentira. A ideia de paz constante foi-nos diariamente incutida depois da estabilização da NATO, assim como a distância geopolítica do norte da Europa. Foi um convite sereno e aconchegante para o desinvestimento.

Não se pode esquecer, obviamente, do elefante na sala: A Guerra Colonial. Pressupõem-se que o trauma mortal da nossa guerra mais vergonhosa tenha que fazer da instituição um “patinho feio” dos ministérios todos porque o que se fez há 50 ou 60 anos é irreparável (e é), mas não pode ser apagado ou julgado, seria um ato anacrónico. É preciso perceber todo o contexto de uma sociedade pouco desenvolvida intelectualmente e aplicar, nos dias de hoje, o conhecimento presente para aí sim, impedir que aquilo volte a acontecer.

No entanto, o que é feito em especial do exército? Quarteis a fechar, uma Brigada inteira quase reduzida a uma avenida e uma igreja e uma gritante falta de meios. Não é, todavia, o que acontece aos hospitais? Faltas de meios, investimento ou mesmo falta de hospitais? O que dizer então da educação? Falta de Professores, computadores, escolas a fechar.

Este não é um artigo sobre o estado da Defesa Nacional, é sobre a nossa defesa.

Estamos a entrar num ciclo e não sabemos como sair dele. Portugal vive ao sabor do vento, de casos e casinhos, de “habituem-se” e o núcleo dos problemas fica à deriva das caravelas que voam. Portugal não tem uma economia aberta, está isolado financeiramente da Europa, não consegue segurar a geração mais qualificada de sempre e ter-se-á chegado ao limite de não haver volta e estamos condenados à cauda da Europa.

Estamos a falar de uma realidade brutalmente próxima, em que o próximo governo, seja qual for, vai governar com as condicionantes do anterior. Não há plano, não há crescimento, não há pessoas, não há interior.

Isto não é sobre a Defesa Nacional, é sobre o que será Portugal em 2050.

 

Por Bráulio Henrique Sousa, Engenheiro Biológico e Membro da Iniciativa Liberal

 

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