Cores e texturas do crime económico na Justiça nacional (1)

Justiça… Um, se não o mais fulcral dos pilares da sociedade contemporânea. Vivemos tempos em que o mediatismo parece fazer, e bem, uma caça do crime económico (participação económica em negócio, recebimento indevido de vantagem, peculato, etc.) na justiça. Vemos casos nos mais díspares setores da sociedade, desde político, desportivo, bancário, entre outros, que refletem o estado de mais uma vertente da nossa sociedade na qual urge uma profunda reforma.

Será que este acompanhamento mediático é suficiente forma de pressão? Será que a mudança necessária poderá nascer a partir do poder político ou será que a força cultural inerente à nossa nação poderá influenciar, positiva ou negativamente esta mudança? Será que estamos num ponto de não retorno e podemos anunciar um sistema moribundo? Qual o trigger para fazer algo acontecer?

Proponho que este artigo seja um convite à reflexão pessoal da raiz do problema e um desafio ao poder político nacional para apoiar a área da justiça, em particular para que proporcione uma injeção de coragem neste setor.

Factualmente o crime económico é, como a própria palavra o diz, um crime, mas a perceção social sobre este assunto parece divergir mediante o setor da sociedade onde o mesmo tem lugar. Há múltiplas sensibilidades e o nosso nível de isenção parece insuficiente para avaliar o crime económico, por exemplo na política em comparação com o desporto: numa situação que possa existir aparentemente um crime económico apontado a determinado cidadão/entidade no setor político versus um crime económico no setor desportivo, onde o clubismo pode levar a desvalorizar ou interiorizar e aceitar com subtileza inerente um facto de igual gravidade, a balança facilmente inclinará para o lado que o nosso coração defende e tendencionalmente inclinará para o lado das paixões e emoções clubísticas, muito mais do que para defender o setor político. De onde virá esta realidade e tradição no nosso país?

Sendo o crime identificado em qualquer dos quadrantes da sociedade, continuamos a absorver uma imagem proveniente do quadrante político manchado por diversos “casos e casinhos” resultantes da dicotomia na realidade política nacional, mas o desporto não está isento de “casos e casinhos” e aparentemente o fenómeno no desporto, no futebol em particular, parece desvanecer com maior facilidade do que noutros setores da sociedade.

A vantagem política que pode ser retirada por ser dada mais ênfase na comunicação social a um eventual caso de crime económico quando praticado por um determinado membro de um partido político, poderá ser uma das justificações que aponte na insistência em recalcar casos neste quadrante, bem como a perceção e sensibilidade social, que tendencionalmente desvalorizam a cor que defendemos, induzirá a que no desporto a avaliação seja feita de ânimo mais leve. São duas propostas a justificações plausíveis para um facto inerente na nossa sociedade.

Mas e então o que podemos mudar? O que pode o poder político fazer? Qual a raiz do problema?

Na próxima semana iremos tentar responder a estas questões.

 

 

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