O automóvel é como um velho amigo tóxico. Há muito que sabemos que algo não está bem, mas é não é fácil admitir que esta é mesmo uma relação problemática. Como condutores, é cada vez menos satisfatória, com mais congestionamentos e com custos crescentes, seja nos combustíveis, nos impostos, no estacionamento, nas portagens ou nos próprios automóveis. Como sociedade, temos custos que preferimos nem ver, mas impossíveis de ignorar. São as mortes nas estradas, de condutores e peões, são as emissões de gases de estufa, são as mortes prematuras causadas pela poluição, estimadas na União Europeia entre 300 000 e 750 000 por ano, são os elevados custos das infraestruturas rodoviárias, e é também a ocupação excessiva do espaço urbano, restritiva de outras formas de mobilidade ou do simples usufruto dos cidadãos.