A ÚLTIMA VAGA

No dia 1 de Janeiro, eram já por demais visíveis as consequências da nova vaga da pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 em Portugal. A quantidade de infectados estava a crescer, previa-se que viesse a superar os valores da vaga verificada um ano antes, mas os casos de internamento em cuidados intensivos e óbitos estavam muito abaixo do habitual[1]. O alívio nas restrições verificado uns dias depois, não veio a reflectir-se num agravamento da situação, tendo a pandemia continuado o rumo conforme expectável: atingiu o pico em finais de Janeiro (dia 29, mais precisamente) e as consequências desse pico já se fizeram sentir, tendo já sido atingido o máximo de óbitos e de total de internados.

Neste momento, já alguns países aboliram totalmente as restrições e voltaram a uma vida normal. São países que têm uma protecção vacinal inferior à nossa, mas os seus dirigentes sabem medir os custos de oportunidade de terem uma sociedade enclausurada. E principalmente, são dirigentes pró-activos, que estabeleceram como principal objectivo perseguir o bem-estar dos seus concidadãos.

Por cá, temos um primeiro-ministro que anuncia que dentro de dias deverá ter uma reunião com os especialistas sobre o assunto. Os tais que apontavam o pico para antes do Natal, mas que afinal estava a ser vivido no dia 17 de Janeiro, só que não, pois no dia 21 afirmavam que tinha sido novamente adiado. Os mesmos que até para prever o passado têm dificuldades, e cujos conselhos, António Costa, ora decide ouvir, ora decide não ouvir.

As últimas previsões dos “especialistas” apontam para 10 mil infectados no final do presente mês de Fevereiro. Como se fosse esse o número que importa. Num momento em que as pessoas já nem querem submeter-se à realização de testes para não terem de ficar sinalizadas e/ou para não obrigarem outras ao processo de realização de teste. Numa altura em que os sintomas são tão leves ou inexistentes, que na maior parte dos casos, um teste positivo é uma surpresa. E quando temos uma ínfima parte da população sem protecção contra o vírus.

As escolas estão em pleno funcionamento desde o dia 9 de Janeiro. Os convívios de adultos, são já realizados sem restrições, pois quase ninguém quer saber das limitações que tinham que cumprir noutros tempos. Os cumprimentos com apertos de mão, abraços e beijinhos, estão a voltar à normalidade. A manter-se a tendência desta nova vaga, menos de 5% dos novos casos se reflecte em internamentos, e pelos relatos dos profissionais de saúde, só cerca de metade destes é que deveriam ser contabilizados como tal. Já a letalidade, tem-se situado em 0,09%, sendo que a grande maioria se verifica, ou em pessoas não vacinadas, ou idosas.

O Carnaval comemora-se no dia 1 de Março. Nesse dia, não vamos ter 10 mil infectados, mas sim um valor inferior, entre sete e oito mil. Vamos registar entre 800 e 1000 internados, e óbitos diários entre os 15 e os 25 (valores médios). Repare-se que são valores que se situam abaixo da letalidade da gripe sazonal dos últimos anos, para as quais nunca tivemos de cumprir as restrições que agora nos são impostas. Restrições essas que têm afectado a nossa felicidade a vários níveis, com consequências irreversíveis para alguns de nós.

Ainda vamos a tempo de acabar com todas as medidas restritivas à nossa liberdade. Ainda vamos a tempo de viver um Carnaval como não vivemos há dois anos. Basta um pouco de bom senso de quem nos governa. Ou até, uma vontade de copiar aquilo que vê, tanto lá fora, como cá dentro.

Mário Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças

 

[1] https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/os-arautos-da-desgraca-14458992.html

 

Dinheiro Vivo, Link

11, Fev 2022

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