A governação local reveste-se da maior importância para os cidadãos, uma vez que é constituída pelos órgãos mais próximos e acessíveis às comunidades. São as escolhas do poder local que influenciam o desempenho dos municípios nas suas diferentes dimensões, como educação, economia, coesão social, ambiente e território, cultura ou ainda mobilidade e transportes.
Relação de confiança / desconfiança
Aquando do voto, os cidadãos não cumprem apenas um dever cívico. Entregam a sua confiança num programa de ideias e soluções para a sua cidade e em retorno esperam que os actores políticos à qual lhes foi confiado esse poder de execução, façam uma gestão rigorosa dos recursos económicos e sociais para dar cumprimento aos programas elencados com eficácia e transparência.
Muitos são os casos, com maior ou menor dimensão, em que esse compromisso é abalado. As justas expectativas depositadas no seu poder executivo local são goradas e dão lugar a uma relação não de confiança, mas de desconfiança.
É um imperativo devolver a confiança às pessoas, dando à governação local a qualidade que lhe é exigida.
A urgência de novas visões
Num contexto de desafios constantes, impõe-se uma nova energia com capacidade de projecção para o futuro. É assim necessário, oferecer aos cidadãos locais uma resposta diferenciada e consolidada em ideias de compromisso e com uma visão a longo prazo para a cidade.
Uma alternativa no debate e na agenda política local é necessária, de forma oferecer soluções inovadoras e obrigar a novas formas de pensar a cidade e a gestão autárquica.
Muitos cidadãos podem estar desiludidos com os partidos mais estabelecidos e procuram uma alternativa viável e que se distancia do sistema político tradicional.
É necessário oferecer aos eleitores, que estão insatisfeitos com as práticas das políticas locais dos últimos anos, uma alternativa baseada em valores de renovação política.
Novos desafios, velhos hábitos?
A repetição de ciclos assentes nos mesmos espectros políticos, traduz-se numa estagnação por falta de reformas necessárias e de uma visão progressista generalizada para o município.
O impacto das novas dinâmicas sociais, culturais e económicas a nível local, obrigam a uma governação local multinível e com capacidade de diálogo entre actores locais e colaboração franca com entidades intermunicipais, regionais e centrais, de forma a desenvolver soluções estruturadas e consolidadas no tempo e não medidas avulsas e com impacto mediano na cidade.
Propostas inovadoras, simplificação dos processos, gestão rigorosa dos recursos e processos de decisão transparentes são elementos-chave para a recuperação da relação de confiança entre eleitor e eleito.
O poder de escolha
Estando identificado um afastamento dos eleitores da política e uma desconfiança acrescida, é necessário relembrar que o poder da escolha dos representantes locais reveste-se da maior importância para os cidadãos. Coloca-se o desafio de superação desse afastamento oferecendo um discurso alternativo e diferenciado capaz de dar respostas às pessoas com medidas concretas e exequíveis.
O poder de escolha dos eleitores é um dos pilares fundamentais, pois garante que os cidadãos possam influenciar diretamente os rumos políticos, sociais e económicos de uma comunidade. Esse poder, embora às vezes subestimado, tem implicações profundas na vida coletiva e não deverá ser negligenciado.