Literacia Financeira: Saber é poder

De acordo com o recente comunicado do ministério da Educação, o desempenho dos alunos portugueses na área da literacia financeira, juntamente com os outros domínios avaliados pelo PISA, piorou face a 2018.

Segundo os dados essa perda foi de 11 pontos, revelando-se superior à média da queda do desempenho nos restantes países da OCDE que também participaram no módulo de literacia financeira nos ciclos de 2018 e 2022. Para além disso, foi estabelecido que os alunos portugueses contactam menos frequentemente com atividades e tarefas nesta área.

Apesar da média do desempenho dos alunos nacionais se alinhar com a dos países da OCDE, o resultado numa escala de 0 a 1000 ficou apenas pelos 494, o que nos mostra que existe ainda um grande caminho a ser percorrido neste campo. Não basta estar dentro da média, é preciso haver ambição política e social para que se possa percorrer esse caminho.

No final do ano passado, a Iniciativa Liberal recomendava ao Governo liderado por António Costa, através de um Projeto de Resolução, que desse a “preponderância devida à literacia financeira em contexto escolar” uma vez que a integração da educação financeira no currículo escolar de 2018/2019 não era suficiente, o que se verificou posteriormente. Este Projeto de Resolução foi chumbado com os votos contra do PS e BE e abstenção do Livre e PCP. Perante este sentido de voto dos partidos de esquerda coloca-se uma questão: Se saber é poder, porque não dar mais poder aos jovens?

No Porto, a Câmara Municipal vai implementar pela primeira vez uma disciplina de literacia financeira do 1º ao 12º ano em todas as escolas do concelho, para que conceitos teóricos e práticos neste domínio sejam introduzidos a todas as crianças e jovens. Desta forma, todos os alunos são preparados para um mundo financeiro cada vez mais complexo.

Esta medida promove a igualdade no acesso a uma formação que é essencial para a independência financeira dos jovens. A Câmara Municipal do Porto está a ser pioneira nesta iniciativa, mas se outras, incluindo a de Braga, avançarem com o mesmo projeto, podemos promover em Portugal uma transformação significativa na vida dos jovens portugueses.

 Ao garantir igualdade de oportunidades no acesso ao ensino de literacia financeira, não se promove apenas o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos, mas é também um contributo para uma sociedade mais justa e equilibrada. Esperamos que esta medida inspire outras câmaras municipais a seguir o mesmo caminho para que o desempenho dos alunos portugueses neste domínio descole da média da EU e se fixe acima da mesma.

 

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