AS DÉCADAS PERDIDAS: O FARDO DO ESTADO

Durante o mês de Julho, é frequente ouvirmos dizer que finalmente vamos começar a trabalhar
para nós próprios, pois até essa altura estivemos a trabalhar para o Estado. Sim, isso tem sido verdade nos
últimos anos, mais propriamente desde 2009, ano em que a despesa do Estado pela primeira vez
ultrapassou 50% do PIB. A última vez que ultrapassámos esse valor foi em 2014, e desde então continua lá
muito próximo. Por exemplo, em 2021, as estimativas apontam para que tivéssemos estado a trabalhar
para o Estado até finais de Junho.

Compreende-se que, à medida que o país se vai desenvolvendo, o Estado
seja chamado cada vez mais a proteger as populações, oferecendo mais
cuidados de saúde, mais educação, mais segurança e mais assistência a
quem necessita. Falta saber até que ponto estamos dispostos a perder a
nossa liberdade para que seja o Estado a decidir a nossa vida. Porque, a
título de exemplo, em 2021 o rendimento que os portugueses tinham
disponível após o pagamento da carga fiscal, era inferior ao que tinham 20
anos antes.
Ou seja, entre 2001 e 2021 o rendimento per capita dos portugueses
cresceu apenas 9,1%, mas como a carga fiscal foi buscar mais 10% do
rendimento, o dinheiro no bolso dos portugueses diminuiu. O Estado, não
só se apropriou do pouco aumento dos rendimentos dos portugueses, como ainda foi buscar mais! Na
ânsia de cobrar cada vez mais impostos, o governo veio diminuir o dinheiro nos bolsos dos portugueses!
A mensagem é clara: quem tem vindo a governar-nos entende que nós, os portugueses, somos
incapazes e incompetentes para fazermos as melhores escolhas para as nossas vidas; por isso, o Estado
deve fazer essas escolhas por nós.

É isto que pretendemos?
Andarmos a trabalhar para entregarmos ao Estado tudo que ganhamos?
Mas atenção que esta intromissão do Estado nas nossas vidas não se resume à cobrança dos
rendimentos actuais. Apesar de Portugal se ter comprometido em manter a dívida pública até 60% do PIB,
desde 2002 que esse valor foi ultrapassado, estimando-se que fique em 114% no final de 2022. O que é que
isto significa? Tal como acontece em nossa casa, quando temos uma dívida que não conseguimos pagar em
poucos anos, vamos ter de pagá-la em muitos. Centenas de milhares, ou até milhões de portugueses que
ainda estão por nascer, terão de pagar as dívidas que o nosso governo andou a contrair. Para além de
terem de alimentar as despesas que o Estado vai suportar durante as suas vidas, os futuros bebés também
terão de pagar as despesas que o Estado tem tido actualmente, ainda antes de terem nascido.

Habituem-se, diz ele...

 

Mário Queirós, docente do ensino superior nas áreas da Economia e Finanças (ISCAP), dirigente da Iniciativa Liberal

António Ribeiro, consultor  de sistemas de informação na Cegid

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