Caro leitor, é possível que já esteja familiarizado com a fábula da formiga e da cigarra. Nesta história milenar, a cigarra passou o verão a cantar enquanto a formiga armazenava comida para o inverno. Quando o inverno chegou e a cigarra ficou sem comida, a formiga, generosa, ajudou-a e ensinou-lhe a importância do trabalho e da previdência. Talvez o leitor esteja a questionar-se sobre a relevância desta história. Para que serve?
Pensemos por um momento na governação do Partido Socialista liderada por António Costa. Não é difícil traçar paralelismos entre o comportamento da cigarra e a postura do primeiro-ministro. Durante oito anos, Costa tem vindo a adiar soluções para vários problemas, sem nunca implementar reformas ponderadas e comprovadamente eficazes. Na habitação, a sua estratégia tem sido a de criar programas de subsídios sem qualquer planeamento a longo prazo. Na saúde, Costa acabou com todas as PPPs, independentemente das vantagens que possam trazer para o sistema de saúde. Na educação, não cumpriu com as promessas feitas aos professores e na área dos transportes, nacionalizou a TAP. Durante o seu "verão", Costa sorria, cantava e afirmava que o Estado providenciava tudo.
Porém, a cigarra dos sorrisos ficou tonta. O inverno avizinhava-se com as conhecidas cativações e acabou mesmo por se tornar visível com a pandemia, onde a alta procura na saúde levou o país a um ponto de rutura. Milhares de portugueses morreram tragicamente e a situação agravou-se ainda mais pelo fanatismo ideológico do governo. Costa desperdiçou parte da capacidade instalada no país que poderia ser usada para salvar mais vidas na pandemia, e ainda nacionalizou a TAP, lançando dinheiro para uma companhia que dá mais prejuízo que lucro e que agora quer privatizar. O descongelamento das carreiras dos professores ainda não foi feito, mas o governo preferiu gastar 3 vezes mais na TAP. Apenas uma das várias promessas que ficaram por cumprir. Na habitação, Costa apresentou recentemente um pacote controverso de demagogia e apropriação em vez de verdadeiramente desburocratizar, simplificar e estimular a oferta com a ajuda dos portugueses.
Na história da vida real, o povo português encarna o papel da “formiga”. Um povo dedicado em busca dos seus objetivos, trabalhando diariamente e poupando para realizar os seus sonhos no futuro. Porém, é Costa, que depois de cantarolar vitórias morais, vem pedir durante o “inverno” que seja a “formiga” a pagar sempre pelos seus erros e arrogância de considerar que o dinheiro está melhor do lado do Estado do que das pessoas. E os sonhos vão-se adiando…
A lição é simples: devemos ser responsáveis e preparar o futuro, pois os tempos de bonança são efémeros. Infelizmente, na realidade, Costa, a cigarra tonta, não aprende com os erros e repete-os. Depois de tantas decisões inadequadas, questiono-me: quando este governo e Costa se arrependerão como na fábula? É que esta “formiga” está cada vez mais cansada de ser generosa. Ou será que não?
Nuno Ferrete Ribeiro
Representante da Juventude Liberal de Braga