No artigo anterior, chegamos à conclusão que a esquerda é contra produtiva na resolução dos problemas que nos são apresentados pelas alterações climáticas. Vamos ver se o capitalismo poderá fazer parte da solução.
Durante várias décadas a população foi descuidada com os poluentes, refletindo-se na degradação da qualidade do ar, nas águas (como é o exemplo do rio Tamisa em Londres, ou o rio Amarelo na China) e nas florestas, dando origem à desflorestação. Todos estes são bens comuns, isto é, a utilização destes bens por uma pessoa não prejudica a utilização de outra. O problema inerente a este tipo de bens é que dá origem à exaustão dos recursos.
Assim sendo, coloca-se uma questão: de que modo podemos combater este problema?
Se os recursos estiverem disponíveis para todos da mesma maneira, o incentivo é de utilizá-los só para benefício próprio. Por exemplo, a desflorestação das áreas florestais, a poluição das águas, entre outros.
Uma possível solução seria a gestão por agentes privados que podem proceder à conservação destes recursos. Em vários países, nomeadamente na Europa, recursos como as florestas são bens privados, o que beneficia toda a gente pois as árvores cortadas para os diferentes tipos de utilização são substituídas por novas, garantindo a mitigação da desflorestação.
Por outro lado, não há dúvida de que a qualidade de vida que experienciámos no presente é bastante superior à existente há 30 ou 40 anos, mas isto não acontece por acaso. A verdade é que a humanidade tem-se movido nesse sentido e com uma tendência cada vez mais rápida, na procura da melhoria dos padrões de vida através da inovação. Isto não acontece apenas para a usufruição do ser humano, também houve e há muita pesquisa do lado ambiental que deu origem a barragens para aproveitar a energia hidráulica, as eólicas para o vento, e os painéis solares para a energia solar.
A verdade é que a humanidade está encaminhada para, cada vez mais, encontrar alternativas mais amigas do ambiente. Para isto acontecer, é preciso haver liberdade e incentivo à investigação por parte das empresas, o que constitui um apoio ao capitalismo.
O capitalismo, que é interpretado como o principal inimigo na luta da crise climática, pode ser um possível aliado, se for visto de uma perspetiva objetiva e diferente da dos autoproclamados ambientalistas.
Quando se trata do ambiente, todas as ideologias políticas devem ser ignoradas e deve-se trabalhar em direção a um objetivo comum a todos: o bem-estar do planeta, do qual dependemos.
Ana Almeida, membro da Iniciativa Liberal