VERDE, TAMBÉM A COR DO LIBERALISMO: VENTOS DE MUDANÇA (2/2)

Na semana passada, vimos que as novas tecnologias têm vindo a permitir consumos cada vez com menos impacto no meio ambiente. No entanto, para recuperarmos o ambiente não podemos limitar-nos a encontrar energias limpas e formas mais eficientes de as usar e apostar na reciclagem, pois existe muita agressão ao ambiente que é preciso travar e agressões que temos de reverter. Felizmente, também aqui temos tido muitas inovações.

Como por exemplo, na alimentação. A produção de hambúrgueres de origem vegetal com sabor, aroma e textura semelhantes aos de origem animal[1] é já uma realidade. Acresce ainda novas técnicas de cultivo, muito mais eficientes e menos poluentes dos solos, como a hidroponia, as estufas verticais e a iluminação das plantas com recurso a leds. Desta forma, o consumo de água e libertação de gases com efeito de estufa, descem drasticamente, tanto na fase de produção, como na de distribuição, pois permite relocalizar as produções mais perto dos consumidores.

E por falar em água, as novas tecnologias começam também a permitir a transformação de água salgada em água potável, a custos cada vez mais baixos, solucionando assim o problema de escassez de água – algo que já é realizado em muitos países.

Também no vestuário e calçado, temos vários exemplos de produção de artigos com recurso a desperdícios (vulgo “lixo”) capturados na natureza, ou extraídos na fase de reciclagem de materiais. Por um lado, são uma forma de tratamento limpa desse lixo, por outro, são uma forma de eliminar a necessidade de tratamento de mais lixo. Dentro da satisfação das necessidades primárias, temos também a construção civil com recurso a impressões 3D: uma nova técnica muito mais poupada em termos de recursos e de tempo.

E quanto à limpeza e reparação dos danos infligidos ao ambiente até ao momento?[2] Estima-se que sejam removidas diariamente oito milhões de peças de plástico dos oceanos com o “Interceptor”[3], uma recente tecnologia que também já começa a ser utilizada em rios. Enquanto você lê este artigo, o Great Pacific Garbage Patch terá limpado o equivalente a 60 campos de futebol de lixo no Oceano Pacífico. Temos ainda a decomposição do vidro em areia num processo que demora apenas cinco segundos para uma garrafa de cerveja, por exemplo, sendo essa areia utilizada para alimentar praias ou a indústria da construção civil. A captura de dióxido de carbono e sua posterior armazenagem, é outra forma cada vez mais utilizada de reverter o sentido do aumento dos gases com efeito de estufa: 3,5 mil milhões de dólares vão reforçar o investimento nesta tecnologia entre 2002 e 2026. Onde? Coreia do Norte? Venezuela? Cuba? Não. Nos Estados Unidos.

A pergunta que se impõe agora é, onde é que estes desenvolvimentos científicos têm ocorrido? Exactamente nos países que têm melhores padrões de vida, o que lhes permite investir uma parte crescente do seu rendimento na descoberta das várias soluções que estão a recuperar o nosso planeta. No início deste século, os países de altos rendimentos gastavam 2,3% do seu PIB em Investigação e Desenvolvimento; os países de rendimento médio e baixo apenas gastavam 0,6%. Em 2018, esses valores aumentaram para 2,6% e 1,5%.

Portanto, só permitindo a continuação do crescimento, em vez de impor a regressão económica, é que iremos encontrar o equilíbrio para o ambiente. A livre iniciativa privada em economias desenvolvidas está a cuidar do planeta e a torná-lo novamente num ecossistema equilibrado.

Se já nos acompanha, acabou de conseguir mais argumentos para perceber que,

Verde, também é a cor do Liberalismo.

[1]https://greencleanguide.com/10-best-environmental-innovations-of-2019/

[2]https://www.buzzworthy.com/10-inventions-to-save-the-earth/
https://www.greenmatters.com/p/best-environmental-innovations-2010s-decade

[3]https://www.greenmatters.com/p/ocean-cleanup-rivers-interceptor-trash

 

Bruno Miguel Machado, Jurista e Membro da Assembleia Municipal de Braga da Iniciativa Liberal

Mário Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças,

in Diario do Minho , 

04/12/2022

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