VERDE, TAMBÉM A COR DO LIBERALISMO: VENTOS DE MUDANÇA (1/2)

A população mundial não pára de crescer. A satisfação das necessidades de cada vez mais pessoas, que ambicionam um nível de vida superior ao da geração anterior, vai acabar com os recursos do planeta e causar desastres ambientais irreversíveis.

Será este o nosso destino?

Este discurso tem mais de 200 anos, tendo sido pela primeira vez difundido pelo mundo em 1798 por Thomas Malthus. Este autor pretendeu alertar a humanidade para o problema da falta de recursos naturais caso o crescimento da população se mantivesse constante, tendo apresentado uma teoria que previa um futuro catastrófico para o Homem. Thomas Malthus vaticinava o esgotamento dos recursos necessários para alimentar uma população mundial crescente, numa altura em que havia cerca de 1000 milhões de pessoas a habitar o planeta, isto porque os recursos alimentares iriam crescer mais lentamente e não seriam suficientes para alimentar essa população.

Agora já passámos os 8000 milhões e já há muito tempo que conseguimos perceber onde estava a falha de raciocínio deste autor. Da mesma forma, começamos agora a perceber onde está a falha do discurso apocalíptico relativo às questões ambientais: a investigação científica que veio permitir alimentar uma população crescente, também está a permitir a satisfação das suas outras necessidades sem levar ao esgotamento dos recursos naturais, e inclusivamente invertendo os impactos negativos infligidos ao meio ambiente.

Comecemos pelos automóveis. Recentemente, o Parlamento Europeu proibiu a venda de motores a combustão a partir de 2035. Esta medida só será viável com a descoberta de novas tecnologias que permitam aos cidadãos continuar a deslocar-se tal como o fazem até hoje, ou até mais comodamente. Temos os já conhecidos automóveis totalmente eléctricos, mas também as alternativas a hidrogénio ou ainda outras. Tal como temos o desenvolvimento de combustíveis sintéticos, neutros em carbono, pelo menos no consumo de matérias-primas.

Quanto à energia eléctrica, temos visto o recurso crescente a fontes de energias renováveis, como a solar e a eólica, e o abandono da produção de energia a partir de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. Por exemplo, em 10 anos[1], o custo de produção de energia fotovoltaica baixou para um décimo do seu valor, sendo já a fonte de produção de energia mais barata, com tendência para continuar a descer. A par da produção, também o consumo por aparelho tem vindo a diminuir. Por exemplo, a tecnologia led na iluminação veio permitir uma poupança de mais de 90% de electricidade. Temos ainda os ganhos de eficiência nos electrodomésticos, sistemas de climatização e muitos outros.

Para além disso, a reciclagem dos objectos tem vindo a ganhar muito terreno nos países desenvolvidos. Por um lado, este sistema reduz o consumo de novas matérias-primas; por outro, evita o tratamento de produtos que seriam lançados para o meio ambiente sem qualquer reaproveitamento. Mas o próprio tratamento de resíduos está cada vez mais amigo do ambiente, como a recente descoberta de enzimas capazes de destruir plásticos em horas em vez de ser necessário esperar décadas ou séculos para que os elementos naturais o façam[2]. Também aqui, se enquadram as embalagens em plástico, que podem passar a ser produzidas em materiais bio-degradáveis, não poluindo o meio ambiente assim que descartadas: veja-se uma recente descoberta liderada pela Universidade de Coimbra, que desenvolveu um substituto do plástico a partir de nanocelulose combinada com um mineral fibroso, totalmente biodegradável e biocompatível[3].

É este o tema a desenvolver na segunda parte deste artigo, a publicar já na próxima semana, para podermos comprovar novamente que,

Verde, é também a cor do Liberalismo.

 [1]https://ourworldindata.org/cheap-renewables-growth

[2]https://www.sciencealert.com/engineers-create-an-enzyme-that-breaks-down-plastic-waste-in-hours-not-decades

[3]https://www.publico.pt/2022/05/23/azul/noticia/cientistas-coimbra-desenvolvem-novo-material-substituir-plastico-2007287

 

Bruno Miguel Machado, Jurista e Membro da Assembleia Municipal de Braga da Iniciativa Liberal

Mário Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças,

in Diario do Minho , 

11/12/2022

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