ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

Sempre na perseguição do melhor para a sociedade, promovendo a igualdade de tratamento sem discriminação, o Partido Socialista alterou o modelo de gestão do Hospital de Braga a partir de Setembro de 2019.

Durante 10 anos, este hospital foi gerido pelo grupo privado José de Mello Saúde, que iniciou a sua actividade ainda nas antigas instalações. Foi considerado um dos melhores hospitais do país, tendo obtido a classificação máxima no ranking atribuída pela ERS – Entidade Reguladora da Saúde – a entidade pública independente responsável pela regulação da actividade de todos os prestadores de saúde, sejam eles públicos, privados ou sociais.

Poderíamos ser tentados a pensar que se o privado consegue fazer bem, o público faz melhor, pois não está sujeito à ganância de obter o lucro à custa dos clientes fragilizados que os visitam. Com a mudança na gestão, iriam ser obtidas poupanças significativas para o Orçamento do Estado, que poderiam ser aplicadas na melhoria dos serviços. Mas afinal, não foi o caso, pois o Tribunal de Contas – outra entidade pública totalmente independente – veio revelar que as parcerias público-privadas (PPP) na saúde vieram poupar 203 milhões de euros ao Estado. Mas será que vieram poupar porque, na ânsia de obter bons resultados, os serviços ficavam por se fazer? Não, nada disso. A Administração Central do Sistema de Saúde, outra entidade pública totalmente independente, veio assegurar que o Hospital Público de Braga, quando tinha uma gestão público-privada, foi considerado o que teve o melhor desempenho financeiro dentro do grupo dos hospitais da sua dimensão.

Resumindo, o Partido Socialista foi mexer na equipa vencedora. A equipa que, durante 10 anos alcançou uma classificação de excelência na prestação de serviços no Hospital Público de Braga, e simultaneamente, de melhor eficiência e poupança nos recursos, foi substituída por outra. O Partido Socialista achou por bem implementar o modelo de gestão pública que é utilizado em todos os outros hospitais e que tem dado mostras de prestar um serviço de péssima qualidade e ser um esbanjador de recursos. Consequências?

– Maio de 2022: “Há utentes que esperam mais de 11 horas na urgência do Hospital de Braga”;

– Dezembro de 2021: “Jovem com apendicite aguda esperou 7 horas no Hospital de Braga para ser observado. Mãe levou-o ao Hospital Privado onde foi operado por 3 200 euros”;

– Setembro de 2021: “Mulher morre após 3 horas de espera nas urgências do Hospital de Braga”;

– Junho de 2022: “Hospital de Braga confirma que urgências de ginecologia e obstetrícia vão estar fechadas no domingo”; “Bebé morre no parto em urgência fechada nas Caldas da Rainha”.

A cegueira ideológica tem consequências. Quem tem dinheiro, consegue escapar à calamidade e pandemónio que é o SNS. E por causa disso, têm aumentado as subscrições de seguros de saúde em Portugal. A cegueira ideológica é tão cega, que nem consegue ver que as consequências desta cegueira é precisamente prejudicar quem mais pretendia proteger.

Mas como é que, mesmo com decisões catastróficas com esta, o Partido Socialista consegue manter-se no poder?

“Maior cego é aquele que não quer ver.”

Mário  Joel Queirós, Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças,

in Correio do Minho,

30/06/2022

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