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ANTÓNIO, METE MAIS TABACO NISSO!

– Temos de fazer um esforço para que o peso dos salários dos portugueses no PIB seja, pelo menos, idêntico ao que existe na média europeia.

– Apelo às empresas para contribuírem para um aumento de 20% do salário médio do nosso país.

– Na busca de um trabalho digno, estamos a estudar a semana de quatro dias de trabalho.

Estes objectivos têm um prazo: até 2026, a sociedade, o Estado e as empresas, devem actuar em conjunto para os alcançar. É este o caminho para os próximos quatro anos. Palavra de António Costa!

Relativamente ao primeiro objectivo, contrariamente ao que o nosso primeiro-ministro tuitou no dia 1 de Maio, em 2021 Portugal já teve um peso dos salários no PIB superior ao da Zona Euro: 48,8% é superior a 48,1%[1], não há qualquer dúvida. Portanto, a mentira que António Costa tem vindo a proferir, já lhe valeu o primeiro golo, mesmo antes de o jogo começar. Faltam dois.

O segundo objectivo pretende aumentar o salário médio em 20% em quatro anos. Se o esforço do Estado e das empresas for equivalente, isso implica aumentos salariais médios na função pública de 4,66% ao ano[2], durante quatro anos. Quando é que aconteceu observarmos um aumento destes? Só para termos uma ideia, no presente ano, o Estado aumentou 0,9% aos seus trabalhadores, sabendo antecipadamente que a inflação ficaria muito acima de 5%, sendo o cenário mais provável algo próximo dos 10%[3].

Quanto ao terceiro objectivo, o primeiro-ministro até referiu que a diminuição de cinco para quatro dias de trabalho pode ser acompanhada de um aumento das horas de trabalho diárias. Poderemos pensar então numa redução equivalente de 5 para 4,5 dias? Ou seja, 4 dias a trabalhar 9 horas por dia? Isto significará uma diminuição de 10% das horas trabalhadas ao fim de quatro anos.

Contas feitas, o nosso primeiro-ministro pretende que o custo da mão-de-obra aumente 33,3% em quatro anos. “E o país aguenta? Ai aguenta, aguenta.” Tal como aguentou a austeridade a partir de 2012! Certo?

Vamos ver o que nos diz a História sobre a produtividade e a remuneração do trabalho.

 

   

 

Fonte dos dados: Eurostat.

Consequências deste comportamento: o encarecimento da mão-de-obra em Portugal.

[1] Ver “Vida Económica” de 12/05/2022:

https://www.vidaeconomica.pt/www.vidaeconomica.pt/vida-economica-1/publicacoes/edicao-num-1931-do-vida-economica-de-13052022/negocios-e-empresas/estupidez-ou-desonestidade

[2] Taxa de crescimento anual: (1+20%)1/4–1 = 4,66%.

[3] Portanto, é fácil de adivinhar que o contributo das empresas para o aumento do salário médio em 20% significa que deverão aumentar os seus salários uns 30 ou 40%, para compensar a parte do Estado.

Primeira constatação: nos últimos 12 anos, os salários aumentaram 15,8%. António Costa pretende que eles aumentem 20%, em 4 anos.

Segunda constatação: nos últimos 12 anos, os salários aumentaram mais 5,5 pontos percentuais que a produtividade aparente do trabalho (que aumentou só 10,3%). Portanto, nos últimos 12 anos os trabalhadores têm vindo a ganhar cada vez mais relativamente aos capitalistas. António Costa quer dilatar ainda mais esta proporção.

Terceira constatação: a comparação com os nossos parceiros traz-nos motivos para alarme. Porque, por um lado, a produtividade do trabalho na Zona Euro aumentou MAIS 3,6 p.p. que os nossos; e por outro lado, os salários na Zona Euro aumentaram MENOS 1,3 p.p. que os nossos.

Portanto, perdemos competitividade na mão-de-obra. E António Costa quer que esta situação se agrave.

Resumindo, António Costa pretende:

– Uma subida dos salários dos portugueses em 4 anos, equivalente àquilo que levaria 15 anos[1].

– Um aumento da produtividade do trabalho em 4 anos, equivalente àquilo que levaria 35 anos[2].

– Um encarecimento brutal do trabalho em Portugal relativamente aos nossos parceiros.

António... Sinceramente... Mete mais tabaco nisso!

 

[1] Taxa anual de crescimento dos salários em 12 anos: (1+15,8%)1/12–1 = 1,22%; em 20 anos: (1+1,22%)15–1 = 20%.

[2] Taxa anual de crescimento da produtividade do trabalho em 12 anos: (1+10,3%)1/12–1 = 0,82%; em 35 anos: (1+0,82%)35–1 = 33%.

 

Mário Joel Queirós

Docente do Ensino Superior nas áreas de Economia e Finanças

in Dinheiro Económica

08-Jul-2022

 

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