Ver a árvore e a floresta

Com os factos já conhecidos sobre o acolhimento de refugiados ucranianos é possível fazer um primeiro balanço. Infelizmente, nenhum dos principais actores no processo sai bem da situação.

Câmara de Setúbal: o PCP tentou, nos últimos dias, ensaiar um caminho de vitimização, defendendo que o que aconteceu em Setúbal nada tem de diferente face ao que se terá passado noutros municípios.

O que se conhece até agora aponta noutro sentido. A Câmara de Setúbal pagava as instalações onde funcionava a Edinstvo, a associação liderada por Igor Khashin. Yulia Khashin foi contratada como funcionária da autarquia. O caso da Câmara de Setúbal foi expressamente citado pela embaixadora da Ucrânia no princípio de Abril, mas o presidente da câmara nada fez para alterar a situação. Tudo indica que em Setúbal foram recolhidos, de forma abusiva, dados pessoais dos refugiados. Em nenhuma outra câmara foi identificado, até ver, um conjunto de factos com tal gravidade. Há, incontestavelmente, uma diferença de grau entre o que se passou em Setúbal e o que se conhece relativamente a outros municípios.

Governo: as primeiras queixas da comunidade ucraniana face a infiltrados pró-Putin remontam a 2011. Em 2014, os serviços de informação começaram a acompanhar as movimentações de Igor Khashin. Os relatórios correspondentes a essas actividades, de acordo com os responsáveis, circularam por quem tinham de circular. Em 2016, o Parlamento Europeu aprovou uma recomendação, com a abstenção do PS e voto contra do PCP, alertando para organizações, como a Russkiy Mir, que estariam envolvidas em actividades de propaganda e, eventualmente, espionagem nos Estados-membros. No início de Abril, a embaixadora da Ucrânia manifestou o seu desconforto relativamente a situações como a de Setúbal, em que elementos pró-Putin estavam envolvidos no processo de recepção de refugiados ucranianos. Apesar disto, tudo indica que nada foi feito até à publicação da notícia do Expresso que denunciou a situação.

PS: no caso da partilha de dados de activistas ocorrida na Câmara de Lisboa, os socialistas viabilizaram a audição de Fernando Medina. Agora bloquearam o convite para que o presidente da Câmara de Setúbal fosse ouvido no Parlamento. E bloquearam igualmente a audição do director do SEF, defendendo que os esclarecimentos devem ser prestados por quem tem a tutela política. Mas, logo a seguir, impediram a audição do primeiro-ministro, que tem a tutela do SIRP, isto depois de também ter sido recusada a audição da sua secretária-geral. Convém ao PS, manifestamente, que toda a atenção se centre nas responsabilidades da Câmara de Setúbal, que as tem, mas que nada se esclareça sobre as responsabilidades do Governo, que são, também, cada vez mais evidentes.

PSD: desculpem, qual PSD?

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15 Mai 2022

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