Hey, Costa, leave them kids alone!

Há dias, no debate sobre o programa do Governo, António Costa afirmou que a gestão da pandemia não tinha deixado ninguém para trás. Esta afirmação é, objectivamente, falsa. Existem, pelo menos, três grupos enormemente prejudicados: os doentes não covid, que foram abandonados à sua sorte pelo Serviço Nacional de Saúde;

os jovens que enfrentam, ainda agora, taxas de desemprego próximas dos 20%; e as crianças e jovens em idade escolar.

Concentremo-nos, por agora, neste último grupo. Portugal foi um dos países em que as actividades escolares presenciais estiveram mais tempo encerradas, com a agravante de a esta circunstância se somarem, na escola pública, evidentes dificuldades organizativas, uma impreparação generalizada para modelos educativos em contexto remoto e uma notória falta de meios (relembre-se que parte dos computadores prometidos por António Costa para Setembro de 2020 ainda não chegaram). A juntar a este contexto extremamente penalizador temos agora notícia de que os planos de recuperação prometidos estão muito longe de atingir os objectivos identificados, quer porque os recursos financeiros disponíveis foram revistos em baixa, quer porque existem outros constrangimentos sérios na capacidade de os concretizar.

Todo este contexto contribui para a existência de prejuízos para as aprendizagens e para os processos de desenvolvimento cognitivo e social ainda difíceis de concretizar em toda a sua plenitude, mas que serão seguramente significativos. Mais: não é difícil de adivinhar que essas consequências serão mais graves para as populações mais desfavorecidas, como se concluiu, por exemplo, no relatório “Portugal, Balanço Social 2020 - Um Retrato do País e dos Efeitos da Pandemia”, de Susana Peralta, Bruno Carvalho e Mariana Esteves.

Face a esta realidade, é totalmente incompreensível que, num contexto com elevadas taxas de vacinação como é o nosso, se insista na utilização de máscaras em contexto escolar. É inegável que a utilização de máscara é mais um factor perturbador da socialização e da aprendizagem. E é imoral que argumentos como “as crianças estão habituadas” ou “as crianças devem usar máscaras para proteger os adultos”, ambos verbalizados por Graça Freitas, sejam utilizados para justificar aquilo que é já completamente injustificável.

A partir de certa altura, a responsabilidade por este castigo infligido às crianças e jovens em Portugal, num momento em que a generalidade dos países europeus já abandonam tal exigência, deixa de ser técnica (Direcção-Geral da Saúde) e passa a ser política. Em Espanha, a partir de 19 de Abril, as máscaras deixarão de ser obrigatórias e é mesmo recomendado que não sejam utilizadas durante as actividades lectivas. Em Portugal, está também na hora de António Costa deixar as crianças e os jovens em paz.

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17 Abr 2022

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